Ventilação mecânica e aerotermia em edifícios inteligentes

Em ventilação e eficiência energética é imprescindível encontrar uma maneira de fazer com que um espaço atinja a temperatura de conforto necessária sem ter um gasto elevado em fornecimentos. E um dos métodos que melhor funcionam é a aerotermia, um sistema eficiente de ventilação mecânica muito usado em casas passivas para aquecer espaços no inverno e até refrigerar no verão.

A aerotermia extrai energia do ar da rua de maneira eficiente graças a uma bomba de calor. Reutiliza-se o ar da rua, mesmo que esteja muito frio, para poder aquecer o espaço ou a água. É capaz de fornecer refrigeração no verão igualmente.

Para isso, o sistema aerotérmico extrai a energia contida no ar exterior para convertê-la em calor dentro de casa, o que é tecnicamente conhecido como método frigorífico. Funciona mesmo com o exterior a temperaturas abaixo de zero. Converte o frio em calor sendo além disso equipamentos capazes de fornecer até 78% de energia gratuita. O resto da energia necessária será de fornecimento elétrico, nunca de combustão.

A bomba que serve como sistema de ventilação mecânica é além disso renovável, por isso os métodos aerotérmicos são os únicos aprovados para serem usados em casas passivas. Este tipo de habitações caracteriza-se por não utilizar os sistemas tradicionais de climatização, que sempre tiveram um grande consumo energético.

Os sistemas aerotérmicos são ideais em habitações unifamiliares e construções de tamanho médio. Na nova construção requer-se que exista um espaço para albergar as unidades exteriores do equipamento. E é nos edifícios inteligentes do presente e sobretudo do futuro onde a aerotermia pode significar um avanço importante, podendo mesmo tornar-se uma opção vencedora em ventilação.

Aerotermia em edifícios de consumo quase nulo

Já comentámos o caso da construção de consumo quase nulo. Em Espanha, o setor residencial representa 17% do consumo energético do país, e por isso a partir de 2020 os edifícios que forem construídos em Espanha terão que se certificar como de consumo quase nulo.

A normativa europeia define que os edifícios de consumo quase nulo são aqueles que têm "um nível de eficiência energética muito alto porque requer um nível de energia quase nulo ou muito baixo para funcionar e que, em larga medida, essa energia procede de fontes de energia renováveis, bem produzidas in situ ou no ambiente".

Muitos desses edifícios são também considerados inteligentes. Embora estes últimos se baseiem em utilizar a tecnologia para diversos fins, também estão projetados para economizar mais energia e serem eficientes. Algo que conecta diretamente com os de consumo quase nulo.

Por isso, a aerotermia é um sistema ideal para o futuro nos edifícios do amanhã, embora já seja parte do presente. Nos edifícios de consumo quase nulo, exige-se que as habitações consumam uma energia para aquecimento e refrigeração inferior a 30 kW/m2 ao ano. Os sistemas aerotérmicos e a ventilação mecânica controlada podem alcançar esses valores graças às suas vantagens.

• Não se emitem fumas nem há combustão, nada tem de ser queimado.
• O ar que capta do exterior o sistema aerotérmico é gratuito. Utiliza o ciclo frigorífico direto na refrigeração e inverso. Aquece a água e o espaço graças ao ar frio da rua.
• É sustentável.
• Só se paga o consumo elétrico, que num sistema de aerotermia pode ser de mais ou menos 22%, segundo especialistas.

O uso da aerotermia reduz notavelmente a emissão de CO2 como fonte energética e renovável, além disso. E oferecerá uma maior independência energética em Espanha. ?O desafio do setor? Que os combustíveis fósseis passem para um segundo plano, algo que cada vez mais é uma realidade. Os sistemas aerotérmicos são renováveis, e essas fontes de energia verde já representam 40% da produção energética de Espanha. Mais ou menos o mesmo percentual que em combustíveis fósseis. A energia nuclear representa atualmente 20%.